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  • 05/03/2018 11:25
  • Jorge Avancini

CLUBES DE FUTEBOL DEVEM PROMOVER TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

Por Jorge Avancini
(Com edição de Ricardo Mituti)

 

Sempre fui um defensor de ações como a que foi executada recentemente pelo Sunderland, da Inglaterra. O clube que abriu as portas de seu estádio para oferecer abrigo, comida e bebida a moradores que rua que sofriam com o mau tempo naquele país (mais a respeito no site Brandbola: http://bit.ly/2H7Cnj3).

 

Parto do princípio que um dos pilares essenciais de um clube de futebol deveria ser o de devolver para a comunidade o tanto que de seus cidadãos recebe, seja por meio de mensalidades, aquisição de produtos oficiais ou bilhetes para jogos.

 

Para mim, inclusive, os clubes brasileiros deveriam ter esse viés social escrito em seus planejamentos anuais (claro, refiro-me àqueles que fazem planejamento).

 

Vivi experiências sociais engrandecedoras tanto durante minha passagem pelo Sport Club Internacional quanto pelo Esporte Clube Bahia.

 

Em 2008, o Inter criou o Projeto Interagir, cujo objetivo é assistir crianças carentes de diversas comunidades próximas ao estádio Beira-Rio ou indicadas pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, apoiadora da iniciativa.

 

Mais de 30 mil crianças, em situação de risco social, já foram beneficiadas pelo projeto, por meio de atividades educacionais e esportivas. Tudo com estrutura do clube e mão de obra voluntária.

 

Ainda no Colorado, também me recordo das inúmeras campanhas de doações que promovemos, sendo a mais marcante delas a de 2009, ano do centenário do clube, quando arrecadamos mais de 60 mil toneladas de roupas, alimentos não perecíveis e água para famílias desabrigadas pela chuva no estado vizinho de Santa Catarina.

 

Já no Nordeste, destaco a parceria que fechamos, em nome do Tricolor de Aço, com as Obras Assistenciais Irmã Dulce (OSID), entidade filantrópica que já soma mais de 6 milhões de atendimentos gratuitos de saúde à comunidade baiana menos favorecida.

 

O acordo firmado previa o repasse à OSID de 1% de tudo o que o Esporte Clube Bahia arrecadasse com patrocínios e quadro social. Além disso, o time usaria em seus uniformes um selo com a esfinge da Irmã Dulce, como forme de divulgar a instituição e contribuir para a captação de novas doações.

 

Uma série de outras ações também foi executada por meio dessa parceria entre o clube e a OSID. Entre elas, repasse de alimentos arrecadados durante treinos e jogos do time e doação de material esportivo do Esquadrão de Aço ao centro educacional mantido pelas Obras Assistenciais Irmã Dulce (veja matéria no Correio 24 Horas: https://glo.bo/2FfdPZ0).

 

Firmamos, também, uma parceria com a Fundação José Carvalho, localizada no município de Pojuca, por meio da qual o clube implantou na comunidade uma escolinha modelo de futebol, com apoio técnico dos profissionais da base do Bahia. A unidade atende, em média, 80 crianças, de oito a 14 anos, todas em alto risco social (veja matéria do site A Tarde: http://bit.ly/2H6A6or)

 

A cereja do bolo, contudo, veio com um acordo com a Unicef, pelo qual o clube passou a integrar o programa “Jogue Bem, Jogue Limpo”, cujo objetivo é justamente dar suporte aos clubes brasileiros de futebol para que trabalhem, com planejamento e eficácia, os seus pilares sociais (veja matéria no site Máquina do Esporte: http://bit.ly/2Fg0uLR).

 

Apropriando-me do mundialmente conhecido lema do Barcelona, os clubes brasileiros de futebol deveriam ser muito “mais que um clube”. Para mim, essas instituições deveriam, no mínimo, cumprir a função de promover bem-estar ao seu entorno e contribuir para a equialização das diferenças de oportunidades. Assim, teriam o privilégio de se posicionarem como protagonistas de uma revolução social que somente esporte e educação são verdadeiramente capazes de promover.

 

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