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  • 11/02/2020 18:15
  • Jorge Avancini

POR QUE 2020 PROMETE FORTES EMOÇÕES NO ESPORTE?

11 FEV, 2020

JORGE AVANCINI

Especialista em Marketing Esportivo e Diretor da Jorge Avancini Marketing & Serviços

 
 

(Com edição de Ricardo Mituti)

 

Após algumas semanas de recesso, tenho a alegria de estar de volta a este MKT Esportivo para compartilhar com você, que acompanha meus artigos, novas opiniões, pitacos e análises dos fatos mais importantes que acontecem no mercado esportivo brasileiro e internacional.

Descansar é bom, claro, mas voltar é animador!

E, como de praxe, a coluna que abre a temporada é sempre aquela em que procuro fazer algumas projeções e traçar prognósticos – quase um exercício de futurologia, mas sem pretensões místicas.

Dois mil e vinte – que já ultrapassou a barreira dos 10% do calendário, registre-se – começa quente e promete grandes emoções para torcedores, destacadas ações de Marketing, a consolidação de tendências e, quem sabe, a aprovação pelo Legislativo do tão aguardado modelo de clube-empresa em benefício dos alquebrados clubes de futebol.

Outros motivos também me fazem crer que a temporada será muito interessante. Vamos a eles:

1. TÉCNICOS GRINGOS NO BRASIL

Os treinadores estrangeiros encontraram um País propício para desfilarem suas táticas, técnicas e conhecimento. Enquanto os profissionais locais não mostrarem inovações, penso que o número de gringos pode crescer ainda mais. Até o fechamento deste artigo, o futebol brasileiro contava com três técnicos portugueses (Jorge Jesus no Flamengo, Jesualdo Ferreira no Santos, e Augusto Inácio no Avaí), um argentino (Eduardo Coudet, no Internacional) e um venezuelano (Rafael Dudamel, no Atlético-MG).

A menos que os estrangeiros fracassem vergonhosamente durante o ano, tenho a impressão que os cartolas brasileiros ainda vão surfar essa onda por algum tempo. Os treinadores brasileiros que fiquem ligados!

2. AÇÕES DE MARKETING NO FUTEBOL BRASILEIRO

– O ano é de prova para o Vasco da Gama: o clube terá a missão de consolidar – e, talvez, até expandir – a bem-sucedida fórmula de seu plano de sócios, que no ano passado bateu a impressionante marca de 170 mil pessoas em um curtíssimo prazo desde o início da campanha de adesão.

Talvez o maior quadro social das Américas na atualidade, o Vasco optou por um modelo de baixo preço e política agressiva de envolvimento com redes sociais.

O problema, na minha opinião, é manter os associados em dia mesmo nos períodos de baixa do time dentro de campo – como agora, neste início de temporada claudicante dos comandados de Abel Braga. Vivi esse desafio no Internacional e no Bahia e posso garantir com alguma tranquilidade: a missão é árdua, mas a paixão da torcida ajuda. Boas campanhas de engajamento são determinantes nesse processo.

– Também vale continuar acompanhando de perto o brilhante trabalho realizado pelo pessoal do Bahia, que em 2019 deu show de bola com diversas ações inclusivas e afirmativas. E embora a atual temporada tenha começado com uma inesperada eliminação do time logo no primeiro jogo da Copa do Brasil e a derrota no clássico BaVi pela Copa do Nordeste, fora das quatro linhas os colaboradores tricolores iniciaram 2020 com tudo: em homenagem ao astro do basquete Kobe Bryant, tragicamente morto num acidente de helicóptero, o pessoal do Esquadrão de Aço apostou na camisa 24 (imortalizada pelo genial atleta) para tentar pôr fim ao tabu que sempre rondou esse número no futebol e levantar a bandeira de combate à homofobia, infelizmente ainda muito presente na modalidade. Mais um golaço dos baianos.

– Pelos lados do Rio de Janeiro, enquanto aguarda o desfecho do projeto do Botafogo S/A, a torcida do clube da Estrela Solitária celebra, animada, a chegada do atacante japonês Keisuke Honda, atleta que fez sucesso na seleção nipônica e no Milan (ITA). Se o jogador vai arrebentar em campo, só o tempo poderá dizer – embora, pessoalmente, acredite que pode dar certo, sim. Agora, para efeitos de Marketing, a chegada do japonês pode ser comparada à do holandês Clarence Seedorf, em 2012. Não há como negar: num país praticamente sem ídolos locais em campo, contratações como essas são um poço de esperança por melhores resultados desportivos e financeiros.

3. RED BULL BRAGANTINO

Num case que mescla gestão e marketing, o Red Bull Bragantino, com caixa cheio, promete atrair a atenção dos analistas de mercado (já houve jornalista esportivo que, ainda durante o recesso, elegeu a equipe como uma das favoritas ao título, inclusive).

Se o modelo vingar e a equipe responder, é certo que vira benchmarking – ainda que, particularmente, eu considere precipitada qualquer avaliação mais profunda em cima de uma única temporada. Por outro lado, se naufragar, os profetas do apocalipse estarão prontos para execrar todos os envolvidos no projeto. Acompanhemos.

4. FLAMENGO

Quem também está – ou melhor, continua – no centro das atenções nesta temporada é o Rubro-Negro carioca. Será que 2020 tende a ser mais um ano dos sonhos para o atual campeão Brasileiro e das Américas? Eu creio na consolidação do vitorioso modelo vigente de gestão. Por quê? Sobretudo porque transbordam pelos lados da Gávea talentos individuais em campo – mais do que qualquer outro adversário -, dinheiro e paixão da massa torcedora. Não me arrisco a dizer que o Flamengo ganhará tudo novamente. No entanto, não ouso duvidar ou apostar no contrário.

5. CRUZEIRO

Importante também será acompanhar o processo de reconstrução do gigante Cruzeiro, pela primeira vez na Série B.

Torçamos ou não para o clube celeste, o que todos esperamos é que todas as denúncias sejam esclarecidas e os novos gestores possam atenuar o sério problema de endividamento da agremiação.

A tarefa de voltar à elite em 2021 será árdua. Mas, pelo bem do futebol brasileiro, os cruzeirenses não podem considerar outra possibilidade que não seja esta.

6. NIKE E MARCAS PRÓPRIAS

Há poucos dias o mercado brasileiro foi surpreendido com a notícia da compra das operações da Nike no Brasil pela varejista Centauro. Seria este o início de uma velada – ou explícita, a depender do ponto de vista – queda de braço entre Centauro e Magazine Luiza, que não faz muito adquiriu a Netshoes?

Essa guerra do varejo, físico e online, aposto, ainda deve render muita notícia e mexer com o mercado.

Pessoalmente, tenho curiosidade em saber como ficará a presença da marca Nike por aqui. A gigante de material esportivo começou 2020 sem o Internacional, que a trocou pela Adidas. Pelo menos por ora, a fabricante ainda estampa seu Swoosh nos uniformes da Seleção Brasileira, no estreante Red Bull Bragantino e do Corinthians.

Toda essa movimentação me faz crer na consolidação do modelo de marca própria pelos clubes brasileiros de futebol – algo que deixou de ser tendência para se tornar opção de fôlego financeiro. A solução veio para ficar e deve se expandir em 2020.

7. JOGOS OLÍMPICOS

Dois mil e vinte também é ano de Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. E a maior celebração do esporte mundial volta a Tóquio, no Japão, depois de mais de meio século.

Sobre as Olimpíadas, duas situações chamam a atenção: o banimento da Rússia – que também está fora da Copa do Mundo do Qatar, em 2022 -, envolvida numa crise de doping (saiba mais aqui), e a recente apreensão mundial com o surto de coronavírus, cujo epicentro está na vizinha China.

O crescente número de casos de mortes e contaminações preocupa a comunidade internacional e já motiva manchetes alarmantes no noticiário global sobre o futuro dos Jogos na capital nipônica.

Mais um tópico da série “acompanhemos”.

8. SUPER BOWL 100

Uma partida emocionante e uma nova aula de Marketing e Gestão de Eventos Esportivos. Como não poderia deixar de ser. NFL, Kansas City Chiefs, San Francisco 49ers, Shakira e Jennifer Lopez nos mostraram, no início do mês, que ainda temos uma longa e sinuosa estrada a percorrer para transformar o esporte brasileiro em um negócio verdadeiramente lucrativo e profissional.

Entretenimento de ponta – o bom e velho show business – é mesmo com os estadunidenses. E ponto final. É preferível admitir a soar inocente – ou pouco inteligente, como queira.

Que em 2020 aprendamos um pouco mais com eles.

Ótima temporada para você, amante do esporte!

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